quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Discurso de formatura - 21/01/2011


Sei que deve ficar um texto muito grande, mas eu acho que postar o discurso que escrevi para a formatura ia ser bacana, tanto para que os amigos vejam, quanto para que aqueles que não puderam esatr presentes também pudessem sentir um pouquinho só do que sentimos.


Vamos lá...


Aos nossos pais e convidados o nosso muito obrigado por comparecerem, aos nossos mestres o muito obrigado pela paciência, e aos nossos queridos colegas de beca, foi um imenso prazer dividir estes cinco anos.

É assim com ar de agradecimento, alegria, e satisfação pelo dever cumprido que nos reunimos todos aqui hoje, para assinarmos no livro de nossas vidas o encerramento de mais uma etapa.

Cinco anos atrás estávamos com os corações saltitando no peito querendo sair pela boca, de tanta felicidade por termos o nome na tão aguardada lista de chamada do vestibular da UFMG. Agora, passados dez períodos estamos cá novamente com o coração a sair pela boca, mas não somente de alegria por estarmos nos formando, mas também de ansiedade pelo que nos aguarda pelos campos da vida.

Agrônomos, quisemos, nos tornamos, e seremos daqui para a frente. Fomos uma turma muito camarada em muitos momentos, mas pensando durante o recesso de janeiro, percebi que até na escolha da área de atuação nós nos ajudamos, cada um se especializou em uma área diferente, claro que com algumas peculiaridades, mas teremos muitas indicações a fazer daqui em diante, afinal se eu não dominei por completo uma área, com certeza algum de vocês dominou.

Durante a nossa jornada alguns amigos ficaram para trás, outros se agregaram, e entre perdas e ganhos creio que maiores foram os ganhos. Entre diamantinos, unimontenses e até uma caloura formada em Ouro Preto. Com mais esses amigos construímos e viramos algumas páginas da nossa história, sempre com muito bom humor nos momentos bons, e mais ainda nos ruins.

A estrada que escolhemos trilhar muitas vezes sem toda a glória e o glamour que pensamos foi cheia de curvas, trechos em obras, e sem duplicações na subida. Nem sempre as garotas puderam usar suas lindas sandálias, tendo que trocá-las por botinas, os penteados por chapéus, e da mesma forma nós trocamos as bermudas e havaianas por calças e botas. Andamos no meio da poeira, no barro, fizemos fila na sombra de arbustos, na sombra do Babydoll e mais ainda na minha, tivemos aula debaixo de chuva, colhemos dados para trabalhos de campo iluminados por farol de carro, corremos atrás de professor mato adentro identificando diferentes tipos de solo, nos esprememos em bancadas para observarmos melhor algum inseto, ou estrutura vegetal. Fizemos bagunça nos laboratórios, e rimos, rimos muito, durante todo o tempo em que estivemos juntos.

Enfrentamos a falta de professores, parte da reestruturação do Campus, vimos crescer um novo prédio de aulas, inauguramos a biblioteca, vimos um esqueleto abandonado do virar o ginásio, e na ocasião da inauguração ainda demos uma lavada nos professores com um placar histórico de 6x2 com direito a medalha e tudo. Sonhamos durante todo esse tempo com novos laboratórios, e pudemos vivenciar a reforma de muitos deles. Passamos pela cantina da Irlene, depois do Sem Pressão, e chegamos à fase atual com a Val e a Magali. Aliás, passamos muito tempo na cantina. Vimos ainda um antigo campo de futebol virar o que é hoje a moradia da FUMP. Entramos pela primeira vez na antiga portaria, com porteira de fazenda e cancela, parávamos para comer uma manga as vezes, e trocar uma idéia com o Osmar, agora sairemos por uma nova portaria, com a logo do Instituto, que para nós já foi Núcleo, com uma bela casamata para os seguranças. Vimos e vivemos uma tremenda evolução, e sonhamos em voltar um dia, para constatar se todos os nossos sonhos de reforma da nossa atual casa foram concretizados.

Entre as muitas contribuições que demos, creio que as mais marcantes foram nos grupos de estudos. Fundamos alguns, e participamos de muitos outros. Podemos dizer que carregamos muitas siglas no peito, GEF, GEAVE, GEC, GREGAL, NECTA, GEHort, PET, SEMENTEC, GEMISA, NUCLEO PPJ, NASCer, GESA, GERHISA, GEFOR, GEHNC, GESAF’S (e muitas delas nunca soubemos o que significam, e nunca saberemos). Tantos grupos que ficarão guardados nos nossos corações, pelas muitas horas de dedicação, pelos ensinamentos, pelas oportunidades que tivemos de nos desenvolver academicamente, e principalmente pelo convívio, que é o que nos molda e nos torna o que somos hoje.

A partir de hoje somos engenheiros agrônomos, nos tornamos responsáveis pelo campo e tudo o que nele há. Temos a responsabilidade de preservar ao máximo o meio ambiente e os recursos naturais. Possuímos a responsabilidade social de garantir que nossos subordinados tenham sempre um tratamento digno, que sejam preservados seus direitos de cidadão, e garantir a todos um salário justo. Como agrônomos seremos responsáveis pela produção de alimentos e manutenção da segurança alimentar do nosso país. Quando nos deparamos com todas estas responsabilidades sempre nos vem um certo medo, um receio de falharmos, e é nessas horas que sempre ouvimos as historias de ensinamentos aprendidos em casa, da vivencia com os pais, avós, tios, e são estas lembranças que sempre nos dão animo e força para seguirmos em frente e batalharmos pelos ideais a que defendemos não somente durante os cinco anos de graduação, mas durante toda a nossa jornada.

Um comentário:

  1. Grande Gustavão, ou melhor, agora Engenheiro Agrônomo Gustavo A. Gama.
    Muitas vezes o que chamamos de "ficha" demora a cair. O que cai na verdade é aquela atitude de universitário, tranquilo demais com as coisas, muito "sussa", muito imaturo e inexperiente.
    O que vem agora, é o dever. Os direitos depois. Primeiro o dever agora. É hora de lutar. De verdade. É hora de mostrar o que se aprendeu ao longo de 5 anos (que quando ainda eram o 1º semestre, pareciam que nunca chegariam). Mas chegaram! E agora, os amigos estão um outros cantos (nunca distantes), os professores na velha sala de aula...Sala de aula... Ela agora é uma ilusão distante e fulgaz, nostálgica, talves. Afinal foram 5 anos dentro dela no ICA. E 5 anos não são 5 meses! NÂO! São 5 longos anos que serviram para que você todas as noites, colocasse a cabeça no travesseiro e imaginasse: afinal, o que eu aprendi?...

    ResponderExcluir