domingo, 13 de janeiro de 2013

Velhas verdades sobre eu mesmo

    Há muito eu venho escrevendo sobre coisas que sinto, e sobre a forma como vejo e percebo o mundo ao meu redor, e sempre do meu jeito... não me importam conjunturas, politica, acontecimentos históricos. escrever sobre a forma como vejo me faz perceber com o tempo as evoluções e involuções que venho sofrendo e realizando ao longo dos anos.

      Velhas verdades sobre eu mesmo surge me face a "Verdades sobre eu mesmo", escrito em 10.03.2010. Se você me conhecia nessa época, será que sabia que era assim que eu me sentia? As vezes estamos tão próximos e tão distantes ao mesmo tempo. A barreira física não é nada comparada as barreiras que nós mesmos criamos, e a cegueira que nós mesmos insistimos em viver. Todo mundo apresenta sinais, todo mundo demonstra de uma forma ou outra o que sente, e se estamos atentos ou não é puramente uma decisão nossa.

    Consideramo-nos bons amigos, bons ouvintes, e muitas vezes declaramos que sabemos das possíveis reações que as pessoas podem tomar, mas não creio que isso seja uma possível verdade, pois muitas vezes somos amigos por conveniência, ou não passamos de simples colegas metidos a besta.

Verdades sobre eu mesmo

            O que é a felicidade? Mais um dia se passa na minha vida, mais um dia vendo seriado até tarde, mais um dia em que faltei à aula porque passei a noite em claro, fugindo.
            Fujo todos os dias... fujo de mim mesmo, não consigo suportar a vida que levo, mas não movo uma palha para que ela mude. Vivo uma vida miserável pelo simples fato de gostar disso, por não suportar mudanças, por tentar fingir que meus problemas não existem. Não fujo deles, simplesmente gosto de deixá-los onde estão.
            Nunca gostei de conflitos, eles me deixam nervoso, me fazem mostrar o verdadeiro eu, que fica sempre preso. Opto por inventar desculpas, por ser fraco, por pedir desculpas em ocasiões onde não sou culpado. É mais fácil fugir, assumir erros não cometidos, que simplesmente optar pela verdade na qual acredito.
            Sinto falta da pessoa que não permitia que eu fizesse isso, sinto falta do meu lugar especial, e o pior de tudo, sei que ele não mais existe. Comecei a perder isso quando vim para Montes Claros em 2006. Foi o ano em que resolvi não mais me importar com o mundo a minha volta.
            De 2006 para cá, só me preocupei com minha Mãe, com a saúde dela, e nada mais. Tentei aproveitar a todo o custo a presença dela. Eu sempre soube que o fim estava próximo, sempre soube que um dia ela não mais estaria aqui para me ajudar. Tentei formas alternativas de conforto, usei drogas, comecei a fumar, passei a beber mais que o usual, e me perdi.
            Me perdi num caminho que eu mesmo escolhi seguir, uma rota que eu mesmo criei, e que percorro sozinho. Culpa? De que? Não sou o culpado, não sou a vitima, sou o executor.
            Há muito tempo possuo um Cd (The Art(e) of Romance, Fun People) que conta uma historia interessante no encarte. Fun People é o nome da banda, o encarte conta a historia de Gustav Wilkins, um revolucionário preso e enviado a uma prisão longínqua, onde o juiz, e o capataz eram a mesma pessoa. Estou junto com Wilkins. Preso em uma prisão a muito esquecida, da qual não mais tenho as chaves.
            Wilkins foi feito prisioneiro por defender suas idéias, eu pelo contrario, me prendi, fui mais longe que a história de Wilkins. Eu sou meu juiz, meu capataz, meu executor, e meu próprio réu.
            Estou a muito preso em uma cadeia que eu mesmo construí que eu mesmo projetei por anos, e da qual não consigo me libertar. Vivo um dia após o outro, esperando pelo fim. É a vida que consigo levar, sei que podia mais, que posso ir mais longe, mas é só isso que me permito fazer. Ser meu próprio réu.
            Só uma pessoa me disse que eu podia ser do tamanho dos meus sonhos. Pena que ela não sabia o meu sonho. Meu sonho era que ela nunca se fosse, mas isso não estava em minhas mãos. Meu sonho passou a ser ir com ela, mas sou covarde, não fui capaz de conseguir me libertar desse corpo que me prende, ela não permitiu que eu fosse na ultima hora.
            Prometi a ela que eu ficaria esperando o dia chegar, e é isso que tenho feito desde então. Espero, um dia de cada vez, seja lá como for, sem surpresas, que minha hora chegue, e que talvez eu possa enfim realizar meu sonho.
Felicidade... Espero pelo dia em que ela venha me agraciar, mas não sei ao certo como será para o meu mundo. Sempre ouvi dela que minha felicidade independe da felicidade dos outros.
Acho que sou feliz assim. Espero que eu seja feliz assim.
10.03.2010


    É, eu pensava assim, hoje eu achei um motivo maior, uma razão pra viver, razão que me mantém vivo, e que me faz bem, que me traz alegria e conforto mesmo nos momentos mais difíceis.Eu finalmente entendi o que minha mãe sempre dizia, e resolvi experimentar dessa mesma verdade de uma forma mais profunda e completa.
    Entender o verdadeiro significado por trás da mensagem da cruz foi que o que me despertou novamente, e reacendeu uma chama a muito apagada pelas angustias e duvidas.
    Graças dou a Cristo, por ter feito oque fez em minha vida, e por me amar de uma forma tão grande, mas tão grande, que eu não mais sinto medo, e nem receio, pois sei que há algo maior, algo tão bom pra mim que eu posso descansar.