domingo, 26 de setembro de 2010

Lições que a vida nos dá

Sábado foi dia de assentamento. Fomos ao Carlito Maia, no município de Japonvar.

São aproximadamente duas horas de Montes Claros.

Saímos por volta de 13:30 horas, mas tivemos um problema com a Lei de Murphy por volta das 15:30 horas, já na estrada de terra que da acesso ao assentamento.

O motor apagou do nada. Tentamos todas as possibilidades que conhecíamos (fazer pegar no tranco, sangrar o motor, sorte, e por ai vai...) mas não obtivemos sucesso.

Por volta das 17:30 horas encontramos com um senhor que voltava do assentamento para a cidade, e este ficou de mandar um eletricista ao nosso encontro (ele julgava ser problema elétrico, e no fim era mesmo). Como ficou tarde o eletricista só viria no dia seguinte.

Dois assentados vieram no fim do dia para nos levar ao assentamento, mas como estavam de moto, e éramos três, um teria que ficar na casa próxima ao local onde o carro quebrou. Ofereci-me.

A família dona da casa me recebeu muito bem, a dona da casa se ofereceu para fazer janta, mas eu recusei, no intuito de não dar mais trabalho, mas mesmo assim ela se pôs a fazer comida.

Quando ela me disse que já estava quase pronto, eu brinquei dizendo ela não precisava ter tido este trabalho, e ouvi o seguinte:

“- Se fossemos nós na sua casa você faria o mesmo.”

Respondi: - Provavelmente.

Fiquei pensando duas coisas:

*Primeira: ainda existem pessoas muito boas e generosas nesse mundo de desigualdade em que vivemos.

*Segunda: será que sou uma destas?

Não sei se ocorresse isso na minha cidade se minha reação seria acolher desconhecidos e dar-lhes pão.

Quantas vezes briguei com minha mãe por ter de deixar o meu quarto para meus tios dormirem.

Na noite de sábado os filhos de uma família deixaram seu precioso mundo, em uma casa de três cômodos, com chão de terra batida, para que eu não dormisse no carro. Para mim ficou a lição, preciso ser uma pessoa melhor! E você!

12/09.10